As perguntas de limpeza - Não Fuja Mary
- Mar
- 9 de mar.
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Esses dias estava conversando com Bob (Nome fictício. Provável homenagem inconsciente ao gato e não ao construtor, ou talvez seja uma homenagem à todos eles e a ele mesmo já que seu nome também tem três letras) e após indas e vindas, resistências, insistências e conciliações, decidimos que todos os dias eu devo responder uma pergunta sobre limpeza (isto porque limpeza é uma questão pessoal e difícil por si só).

Então responder uma pergunta por dia foi uma maneira que encontramos de me fazer encarar meu passado, presente e futuro, mas para isso vamos explicar um pouquinho da história dessas perguntas e tentar refletir como elas podem me ajudar e SE podem me ajudar.
Comprei um conjunto de cartas de uma coleção chamada "Ordem na Casa" e essas cartas contém perguntas de cunho reflexivo (e algumas são até práticas), acerca de organização e provavelmente limpeza também. Ao mesmo tempo em que comprei essas cartas, também comprei um livro que me impactou bastante na vida, que é o livro “Como limpar a casa quando a vida está caótica” (vou fazer um texto só sobre isso, e também preciso voltar e reler todos meus posts para anotar quais textos “só sobre isso” tenho anotado ao longo desses ultimos meses, porque são ideias que tenho enquanto escrevo, mas as vezes passam batidas). Com o livro, consegui finalizá-lo, ler e aprender muito com ele, mas não tive tanta oportunidade de responder as cartinhas.
Por isso, conversando com Bob (kkkkkk, não aguento esse nome), decidimos que uma pergunta por dia era suficiente para as cartinhas (que são centenas) e a cada dia uma nova reflexão seria feita. Basicamente essa é a história das cartinhas.
Os motivos para utilizá-las é simples: nesse primeiro momento o sentido principal que busco é explorar minha relação com a limpeza e as perguntas são os gatilhos que me lembram de momentos ou me fazem refletir acerca do tema. Então, por enquanto não tem um teor prático propriamente dito, ou seja, não vou aplicar o conteúdo da minha reflexão, apenas utilizar as respostas como uma ferramenta mesmo de reflexão.
COMO EU FAÇO?
Primeiramente eu fiz uma pasta no Notion.

Depois adicionei uma certa quantidade de páginas com as perguntas e escrevi tanto na carta quanto no título das páginas um número para me guiar. Assim, posso fazer aos poucos. Todos os dias (ou quase todos), eu respondo a pergunta e a escrevo como o título da página, assim eu sei qual pergunta já foi respondida e qual ainda falta para responder. A pergunta número 5 está sem resposta porque estou enrolando respondê-la, ainda não me sinto pronta e estou evitando.
Levo uns 10-15 minutos para responder cada uma. No começo eu levava mais tempo, entre 20-30 minutos, porque eu refletia mais, mas agora está um pouco mais rápido. Acho que da próxima vez vou tentar responder mais devagar também.
Após responder a pergunta, que ocorre de noite na maioria das vezes, eu envio-a para Bob (obrigada pela paciência "mate")!). E vou dormir após outras atividades.
COMO FAZER PARA QUE ISSO NÃO SEJA APENAS UM PONTO DE PARTIDA?
Em uma das ocasiões em que conversamos, Bob me perguntou a pergunta acima e obviamente eu não tenho a resposta ainda. Justamente por isso parte do título desse post é "Não Fuja Mary", para que eu não fuja dessas perguntas assim como fujo da limpeza kkk. Ele me disse que essas perguntas não seriam suficientes sozinhas para trazer mudanças, apesar de serem muito boas, e eu sinceramente concordo, mas também acredito que é necessário ir um pouco devagar nesse assunto.

Acredito que essa pergunta é uma ótima pergunta (obrigada bob (seria bob uma referencia ao bob esponja?)) porque me permite refletir sobre os impactos dessas cartas e garantir que elas não sejam apenas informações soltas ao vento. Obviamente eu não quero que essas perguntas sejam apenas perguntas soltas ao vento, mas ao mesmo tempo, acredito que por enquanto seja melhor apenas respondê-las.
Bob me sugeriu que eu, em algum momento, voltasse a refletir sobre minhas respostas e fizesse novas perguntas com o resultado das perguntas das cartas. Eu amei a ideia e acho que o caminho para que essas cartas não sejam partes de um castelo frágil, amontoado em um lugar com muito vento, é por aí mesmo. Mas, nesse momento, o melhor a se fazer, pensando no meu tempo, na quantidade de coisas que tenho que fazer e na quantidade de cartas (umas 100? ou mais..), vou respondendo-as apenas.
Uma coisa interessante que isso me faz pensar é no processo de mudança... Vamos falar um pouquinho disso.
PROCESSO DE MUDANÇA
Obviamente vou falar do processo de mudança apenas relacionado à essas cartinhas e acredito que nessa perspectiva podemos pensar nesse processo por dois caminhos: o processo de mudança quando a gente muda enquanto faz algo e o processo de mudança por revisão daquilo que já foi feito.
Existem outras maneiras de conceituar mudança, mas no caso das cartinhas e das perguntas sobre limpeza, acredito que essas duas formas são maneiras interessantes de visualizar a dinâmica e porque a pergunta de Bob (o caracol?) é importante e também porque apenas responder as perguntas já causa impacto também.

O primeiro modo de mudança ao responder as perguntas é o processo de mudança quando a gente muda enquanto faz, ou seja, enquanto eu respondo as perguntas, certos caminhos neurais, crenças, comportamentos, mudam e eu penso um pensamento novo que eu nunca tinha pensado antes, isso é, ao mesmo tempo em que respondo, então essa mudança é instantânea de certa forma, no processo de resposta, de escrever, de pensar, novos caminhos estão sendo construídos, de forma mais sutil ou "passiva" e os lampejos podem surgir, me fazendo ter alguma mudança de comportamento no dia seguinte, inconscientemente ou não. Esse processo de mudança me lembra da construção de habilidades, por exemplo, aprender a escrever, escrevendo. Aprender a desenhar, desenhando, etc. Esse tipo de aprendizagem, tem uma palavra grega "poiesis" que se aproxima um pouco dessa ideia, de um saber construído a tijolinhos e aos poucos, gradualmente modificando as minhas ideias e convicções sobre o tema em si. A palavra poiesis também deu origem à palavra poesia, etimologicamente.

O segundo modo de mudança, seria o modo de revisão, que é a que Bob (me faltam referencias kkk) provavelmente estava se referindo me perguntou como eu poderia evitar que as perguntas apenas ficassem soltas ao vento. E esse modo de mudança é mais brusco e menos gradual, mas também é muito importante e útil, porque com ele é possível que nós nos observamos de maneira mais profunda e ainda MAIS reflexiva, porque não é uma reflexão superficial, mas transformar as perguntas da caixinha como uma base para construir ainda mais conhecimento e mudança comportamental. Isso é muito útil e importante, porque as vezes, o primeiro modo de mudança pode se tornar mecânico se eu deixar de refletir e fizer só por fizer, por isso, ter uma segunda reflexão mais aprofundada é essencial, porque garante que eu consiga atingir meus objetivos com as perguntas.
Bob (o minion?).
CONCLUSÃO
Para concluir então, vou pensar aqui em como vou fazer para ir respondendo as perguntas daqui pra frente.
Inicialmente vou continuar da maneira em que eu estou, ou seja, responder aos poucos as perguntas, uma por dia (quase) todos os dias.
Quando eu terminar de responder todas as perguntas vou fazer uma reflexão geral de como essas perguntas impactaram minha vida e minha relação com a limpeza.
Depois vou reler tudo que escrevi e refletir sobre as mudanças de pensamento.
Após refletir sobre as mudanças que ocorreram da primeira maneira de responder as perguntas, vou utilizar a sugestão de Bob e fazer mais perguntas além daquelas das cartinhas baseadas nas minhas próprias respostas e refletir e mudar a partir do que já foi feito.
Esse projeto ainda está no inicio e quero postar alguma atualização mais pra frente para registrar como as coisas se desenrolaram. É isso, vejo você na próxima :))
Até mais!
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