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Foca - Poema

  • Foto do escritor: Mar
    Mar
  • 15 de nov.
  • 1 min de leitura
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O olhar da foca permanece em minha memória, rodeada de orcas

assassinas.

O documentário é sobre orcas, resta pouco espaço para redenção

das meninas.

Sua morte cruel é espetáculo para o público

Olhos vazios,

sozinhos,

ausência

é sempre no vazio

involucrado por desejo de

sobrevivência.


Não há ninguém,

apenas o olhar frio do observador.

As orcas já não veem nada.


O sangue cai sem ferimentos,

é meu.

Nem lembro de nada que passou.

Não posso ver a morte dela, apenas fujo

do seu olhar de foca.

Mudo o vídeo por prudência.

um dente de leão, amarelinho, se fecha e abre em música,

morre em sopro de desejo

de vivência


meu olhar desfoca.

o teto parece querer falar comigo

Diflui-se papos com limites


Foca!

Não se apoie nas geleiras do amanhã, é verão!

Lembra? Azul é a cor da boca da noite.

A cor do céu da boca noite.

De hoje.


Há muitos tetos que me impedem de ver as estrelas.

Fecho os olhos e vejo seus olhos.

Foca, foca, foca, não quero lembrar!

Desconcentro.

Foca, foca, foca, não sufoca!

digo para mim mesma foque, não se

em orca.


Termino o poema antes de ter a consciência de mais um desejo, revoluto em falta de paciência.

A morte da experiência.




 
 
 

Comentários


O site está SEMPRE em andamento.  Só acaba quando termina xD

Tesoura

MARESIA

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