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Memória HD - Poema

  • Foto do escritor: Mar
    Mar
  • há 12 minutos
  • 1 min de leitura
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As palavras não morrem mais,

Coletivamente se esquecem de mim, mas sigo gravada

encrustada em uma teia individualmente virtualizada

dos arrependimentos de existir e viver

livremente

Eu como palavra já não morro, e nem posso.

Me guardarão em memórias e fotos

Sigo para sempre, condenada a existir enquanto um invólucro do passado que já não é representativo.

O mero fato da ausência de batidas

já seria suficiente motivo de deixar que me encontre à vida,

como decomposição.

Já não me decomponho.

Composta por pixels,

não me reviro no túmulo, só viralizo em um breve suspiro.

O som da minha voz parece tão real,

quase que respiro.

Eu como corpo já morro,

mas a palavra e um pequeno pedaço registrado de forma linear

em uma sequência de imagens do corpo que já não existe, permanece.

Apenas uma hipótese em vida, daquilo que me vai acontecer

E quando eu morrer de fato,

guarde um pedacinho de espaço

e se lembre de mim.

Talvez eu não vá para o céu (é perfeito demais)

Mas com certeza, serei armazenada em nuvem

 
 
 

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MARESIA

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