Padronismo - Poema
- Mar
- 2 de set.
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PADRONISMO
Quem foi que disse que assim é mais bonito?
Quem te falou que só assim que é melhor?
Que no silêncio, não há nem um par de grito?
Que num sorriso, não há gotas de suor?
Quem foi que disse que o belo é desse jeito?
Com essas cores, com todos esses trejeitos?
A simetria assim com ângulo "perfeito"
a beleza é descrita, dita sem defeitos.
ME RECUSO!
E o que se passa em um milhão de anos É que: Vai se perdendo a variedade da questão;
E as perguntas para todos iguais são;
E então não tem perguntas, só resposta,
uma só ordem, disfarçada de sugestão.
Pense livre, eles dizem, pense só por você
e logo após te dão uma definição
o que é belo, o que é certo e o que é bom
Um silogismo, de sarcasmo e ousadia,
"Você é livre, eu sou livre como você.
Isso é ser livre, olha só o que eu faço
nós somos livres então pense como nós o resto? O resto é feio, o resto é fracasso"
Mas é assim em toda porta que eu bato
Não há escape nem pra mim que não sou só
O grito dos meus é meio surdo
Pelo barulho de tentar se encaixar
Posso escolher em qual corda me amarrar
E não me posicionar também é me amarrar
Porque livre já sei que não serei
E ao saber das minhas amarras, não digo que é suficiente
Porque ainda não posso me mexer
Não sou livre e nem você jamais vai ser
Sou no máximo e apenas, consciente.
E nem de tudo.
E há beleza nessa contradição
como eu diria "estar perdida é direção"
Mas essa frase nem deve ser minha mesmo
É que o belo é diferente a cada olhar
Mas os olhares buscam o mesmo lugar
andam os mesmos caminhos
e são livres só para acreditar
que são livres para escolher o que gostam
e gostam então do que é popular
ou do que é absolutamente impopular
mas há sempre ali
o caminho percorrido
escolhido
por outrem.
E assim, sou eu também.







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