Justifique sua resposta - Parte I
- Mar
- 3 de nov. de 2024
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Eu tenho a necessidade de me justificar o tempo todo. Percebi isso ao escrever o post anterior. É curioso porque tenho pelo menos uns 15 textos para escrever, mas esse assunto em específico ficou martelando a minha cabeça o dia inteiro, como se o que eu tivesse escrito anteriormente deslegitimaria as coisas boas que meus pais me fizeram. Talvez pela característica visceral e vulnerável do que foi escrito. Mas não deveria ser assim.
Acordei bem cedo hoje e fui ouvir os passarinhos do lado de fora de casa, até agora eles estão cantando. Esses dias venho pensando sobre os portões de casa, sobre como tenho uma linda vista de árvores e natureza, mas que acabam não sendo vistas porque tem um portão na frente. Hoje foi diferente, por pensar nesse portão e em como ele estava me impedindo de ver os passarinhos, simplesmente abri-o e pude ver o outro lado sem as grades de ferro que me separavam das árvores. Foi como se dois neurônios distantes se conectassem.
O fato de eu reconhecer os limites da minha criação não me impede de agradecer pelas coisas boas e incríveis que me foram feitas. É justamente, na verdade, o reconhecimento, que me permite passar pelo portão e apreciar as coisas sem ficar presa por amarras antes invisíveis, o exercício, claro, de reconhecer a voz do outro em mim.
(Ainda vou escrever sobre esse processo exatamente, mas o link que fala um pouco disso está aqui -->)
Por isso que é importante uma reflexão, porque posso apreciar o cuidado e reconhecer quando tem afeto e quando não tem, os erros e acertos. Mas sinceramente, esse texto específico é uma espécie de bálsamo para estancar a culpa de escrever sobre essas coisas.
O texto era para ser na verdade, um ensaio sobre a necessidade de se justificar, mas se tornou apenas uma justificativa, o que significa que o assunto TEM que ser explorado em uma parte dois. Vou colar o link aqui, depois de terminar.
Mas realmente sinto essa necessidade de me justificar e eu poderia lutar contra ela ou agir sobre ela. Dessa vez vou agir com ela, me justificar e usar esse episódio como uma reflexão: "para que?" e também "para quem?".
Volto depois...
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